sábado, 4 de maio de 2013

Não há mãe como a minha

Sou filha há mais de 43 anos e mãe há pouco mais de 14. Os números dizem tudo: tenho muito mais experiência em ser filha do que em ser mãe. Esta desigualdade numérica é, contudo, apenas a ponta do iceberg. Tenho uma mãe mázinha que elevou a fasquia até se dizer basta. Por mais que eu pule e salte, não há maneira de lá chegar. A minha mãe tem uns 79 magníficos anos, a maior parte deles passados a cuidar (de forma exímia) dos seus três filhos. Fazendo as contas por alto, ela vai com mais de meio século de experiência maternal, o que lhe confere, só por si, uma destreza difícil de igualar. Ainda hoje faz questão de cozinhar para todos (e que bem que cozinha! Fixa que para um não pode abusar no sal, por causa da hipertensão; para outro não pode abusar nas gorduras, por causa do colesterol, enfim...), é na casa dela que deixo a roupa, quando as nódoas são difíceis de tirar; faz arranjos de costura, dá conselhos, partilha saberes... não tenho metade destas competências e gosto muito de ter uma mãe assim. A minha mãe resolve tudo, não há nada sem solução para ela, conforta, mima, dá força e faz panados para as netas, quando estas vão a passeios. Faz os pratos preferidos de toda a gente, inventa na cozinha, está sempre atenta às novidades, é open mind...
Resumindo: a minha mãe não é deste mundo, é sobrenatural. Adoro-a, admiro-a profundamente e houve uma altura em que queria ser uma mãe como ela, mas já me deixei disso, já não sonho tão alto. Sou uma abençoada por ter uma mãe assim. Feliz dia para ti, sempre, sempre, sempre!