quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Surpresas

Eu não gosto muito de ser surpreendida, porque acho sempre que os outros têm uma expectativa relativamente à surpresa que cai por terra quando eu abro a boca. O meu marido, por exemplo, dava-me prendas - de Natal e de aniversário - que achava que eu ia gostar. E eu nunca gostava assim muito. E ia quase sempre trocar. Daí eu ter-lhe pedido que, sempre que me quisesse dar uma prenda, era só dizer, que eu mesma escolheria o que queria. Eu sei, eu sei, que isto tira o brilho todo à coisa, mas ele uma vez deu-me uma camisola que gostou e que eu nem tanto, apesar de a ter usado um bom par de vezes. Mas é chato estarmos a dizer que gostamos muito de uma coisa, quando, na realidade, não gostamos (os talões sem preço para troca foram, na minha modesta opinião, a melhor invenção dos últimos tempos). Bom, o meu mais-que-tudo nunca gostou muito desta alternativa de ser eu a escolher e então trocou a oferta de peças de vestuário por peças da pandora o que, na verdade, foi uma excelente opção, porque gosto de quase tudo. Mas voltando às surpresas, às prendas e ao marido, tenho a dizer que o meu marido é mesmo muito persistente. Apesar de todas as experiências negativas pelas quais tem passado neste campo das surpresas, insiste e insiste. Na passada sexta-feira surpreendeu-me mesmo. É que para que a surpresa seja mesmo boa, não basta nós não estarmos à espera. É preciso também que gostemos do que nos é oferecido. Convenhamos que é uma combinação difícil de alcançar. Às vezes não estamos à espera de um presente e somos surpreendidos pelo mesmo mas, quando o abrimos, desejavamos que aquele momento nunca tivesse acontecido; outras vezes, estamos à espera de um presente (portanto, não somos surpreendidos relativamente à chegada do mesmo) mas conseguimos ser surpreendidos por aquilo que nos foi dado; outras vezes, como aconteceu na sexta, não estava à espera (recebi um presente inesperado) e uma coisa que gostava mesmo muito, apesar de não ter dito a ninguém. Recebi dois bilhetinhos para o concerto dos Trovante. Ou seja, não estava à espera do presente, recebi uma coisa que gostava mesmo muito e, ainda por cima, vou ter direito a uma das melhores companhias da minha vida que sei que vai fazer um sacrificio, porque ele não gosta particularmente dos Trovante! Admiro, maridão, a tua persistência! Sou uma sortuda!

2 comentários:

  1. Eu detesto surpresas porque tenho sempre de fingir que não sabia o que ia receber, mesmo que goste. Nunca consigo evitar adivinhar o que me vão dar! E depois as pessoas acham que eu não gostei, mas na verdade eu estou a tentar disfarçar que já sabia de tudo, porque elas ficam muito confusas quando eu digo que já sabia apenas por intuição! :(

    Obrigada pelo teu comentário no meu blog, fico muito contente :)

    beijinhos

    ResponderEliminar
  2. 1º tu mereces isto e muito mais;
    2º não vou fazer sacrificio mas se fosse ia na mesma...por ti...bjs

    ResponderEliminar