segunda-feira, 16 de julho de 2012

Medo

A 169 dias do final do ano.

Não gosto de conduzir. Automóveis, entenda-se bem. Em outras matérias, gosto de conduzir: conversas, alguns trabalhos... mas de conduzir um carro não gosto. Aqui no burgo, não tenho problemas, mas ir para mais longe dá-me logo suores, insónias, é um pânico. Na semana passada tive que ir todos os dias a Aveiro. Maridão ensinou caminho e, portanto, aparentemente, estava tudo em ordem. Mas não é que a via entrou em obras? Pois eu mal vi aquela sinalética toda comecei a hiperventilar. E agora? Por onde é que eu vou? Felizmente que deu sempre para sair no mesmo sítio, apesar dos desvios. Mas por que é que isto me põe doente? Já fiz milhares de quilómetros, à conta de trabalhar no "Norte Desportivo", mas a situação era sempre a mesma. Fico mais em pânico quando circulo em A-qualquer-coisa. Não se pode parar, não se pode fazer inversão de marcha, enganas-te na saída e estás tramado. Não há um senhor Manuel ou uma senhora Maria a quem perguntar como se vai para Rilhafoles de Baixo, não há uma berma que te permita pôr a cabeça no lugar, enfim, um caos.

Já me disseram que uma regressão podia descobrir de onde vem esta angústia. Mas já me disseram também que a regressão só pode, eventualmente, descobrir, não pode tratar. Ou seja, eu fico a saber que não gosto de conduzir porque numa vida anterior matei o gato da vizinha, mas o medo continua lá.

É uma coisa completamente irracional, nunca bati em nada nem em ninguém (minto, a parede do lugar de garagem já sofreu alguns encontrões mas isso é porque ela se encolhe). Já me bateram no carro, mas não aconteceu nada de dramático, foi só chapa e já bateram num carro onde eu ia, mas também foi mais o susto que outra coisa qualquer. E este medo é anterior a todas estas experiências. Como se soluciona? Alguém sabe?

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