quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Crónica número 4

Não sei se já escrevi sobre isto mas, na falta de melhor assunto, cá vai (de novo, se for o caso). Tenho a solução para uma sociedade perfeita. É simples e não sai caro; é infalível e pode começar a qualquer instante. Basta que, nas maternidades, comecem a trocar os recém-nascidos, de maneira a que nenhuma mãe fique com o seu filho. Porquê? Porque somos excelentes educadores dos filhos dos outros. Mal uma mãe tem um filho (ou pare um filho, será que é assim que se diz?) não faltam mulheres, doutoradas na matéria, que se acerquem com um chorrilho de palpites. A criança chora? São cólicas/ gazes/ fralda molhada/ fome/ sede/ falta de mimo/ sono. Resumindo, qualquer mulher tem uma bagagem superior à própria mãe, por mais livros que ela tenha devorado ao longo dos últimos nove meses de vida. A mãe, em desespero de causa, percorre todos os possíveis motivos para tão emotiva gritaria. Descobre a causa. Era fome. Recomeçam as observações. Primeiro devias dar-lhe a mama esquerda; não, diz outra, primeiro é sempre a direita; na minha opinião, isso é indiferente, o que devias era manter o bebé na vertical, para evitar as cólicas; não, isso não é bem assim. Está provado que não reduz as cólicas e prejudica o contacto físico com a mãe que, isso sim, é o importante deste momento; o que é essencial – diz outra sábia – é que não fales enquanto estás a amamentar, porque isso provoca gazes ao bebé.
E isto continua pela vida fora. Já viste as birras que a Lyonce faz (tinha que falar disto)? Se fosse minha filha, eu é que lhe dava as birras… apanhava duas surras naquele traseiro que passava-lhe logo a birra! E a Viiktórya (vão abundar, senhores, vão abundar) que malcriadona! Não tem respeito por ninguém! Também, com uns pais daqueles… se fosse minha filha, enchia-lhe aquela língua com pimenta que ela não havia de dizer palavrões nem outra coisa qualquer por mais de um mês! E já viste como a mãe da Pulquéria a deixa sair para a rua? Com aquela mini-saia e aqueles decotes? Depois que se venha queixar… filha minha não saia assim, nem por cima do meu cadáver!
A teoria continua. Se fosse meu filho, eu é que lhe dizia o tabaco/ a droga/ o vinho. Não lhe dava dinheiro e pronto. Não ando eu a trabalhar para sustentar vícios. Então uma mãe deixa um filho de 21 anos, uma criança, portanto, ir para Nova Iorque com um homossexual de 65? Não lhe pareceu logo estranho? Eu não deixava!
Se trocassem as crianças à nascença e toda a gente educasse filhos alheios, vejam só as vantagens: acabavam-se as birras e os palavrões; as drogas, o alcoolismo e o tabagismo; as vidas perdidas, a pouca vergonha.

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