terça-feira, 9 de julho de 2013

A noiva do príncipe sério

Ontem o príncipe tinha orelhas de burro; hoje o príncipe não se ri. Em frente ao palácio vivem avó e neta: a avó ambiciosa e a neta feia que nem um bode (começa a ser recorrente isto de haver, nas histórias, sempre alguém feio que nem um bode). Bom, a avó teima que tem que casar a neta com o príncipe, mas recomenda ao Rei que tem que ser às escuras, porque a moça é muito envergonhada. Um sapo chiba-se e diz ao Rei que a miúda é um susto, daí a avó querer casá-la às escuras. Por isso, ao contrário do combinado, o Rei manda acender todas as luzes do palácio e a moçoila fica ali exposta em toda a sua fealdade. E agora vem o melhor: não satisfeito com isto, o Rei manda que lhe seja tirado o vestido (que ele havia dado) e "ponham-na nuazinha à varanda do palácio"? A sério? C'um caneco! Era preciso tanto! Nossa, que biolência! Ora o príncipe, ao regressar ao palácio (então o moço não devia estar dentro do palácio? Não se ia casar?) olha para a varanda e põe-se a rir (?)Que história tão tonta! Ainda bem que aparece uma fada que torna a miúda numa belezura, com a condição de que esta diga, a quem lhe perguntar, que ficou assim porque um barbeiro a esfolou (?) Mas então a miúda não estava na varanda? Como pode um barbeiro tê-la... esfolado? (Até doi, escrever esta palavra). O que é certo é que o Rei, ao ver o filho a rir-se, decide perdoar a menina e, indo ao encontro dela, descobre uma jovem muito bela. O príncipe quer logo casar com a bonitona e no dia da boda, a avó pergunta à neta como ficou ela assim. A neta responde-lhe o combinado com a fada e a avó logo corre para o primeiro barbeiro e pede-lhe que a esfole (ai Jasus!). O barbeiro, pelos vistos, não se faz rogado (estou a ver: o mais normal era mesmo entrar alguém pelas barbearias dentro, a pedir: esfola-me! Esfola-me!). O resultado foi o previsível: a avó morreu (já há muito que não havia uma morte assim trágica... já estavam a ficar com saudades, não estavam?) "para castigo da sua vaidade". Minha Nossa Senhora! E ainda continuam a achar que quem leu estas coisas deu em pessoas com o juízo todo?

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